Tuesday, December 4, 2007

Receita para transformar uma criança saudável num pequeno punk deprimido!


O que precisa:

1 - Um progenitor com quem casou e que por breves anos (não mais de dois) da sua vida achou que era “o tal”.
2 - Ter um filho rapaz com ele e quem sabe uma casa na praia e sofás azuis.
3 - Perceber que “o tal” referido no ponto número 1 é o tal anormal do qual, e por mais que queira, nunca mais se vai livrar já que cometeu o erro relativo item número 2!
4 – Por amor ao resultado do ponto numero dois optar por ser, durante mais ou menos dez anos da sua vida, amiga, companheira e criada dele.
5 – Criar, com amor, carinho e um pouco da subjugação que jurou jamais ter, o filho adquirido na opção numero 2.


Como confeccionar:

Tendo sempre em conta que o seu filho é uma criança inteligente e atenta e que sabe bem aquilo que tem em casa e se sente seguro com isso:
- Deixe passar o tempo e vá fazendo de conta que o fulano referido no ponto número 1 não tem assim tanta ausência de carácter.
- Vá acreditando que, em determinadas fases, ele até foi bom pai e, até mesmo, mais ou menos um pouco amigo.
- Faça de conta que não vê 70% daquilo que ele diz e 80% daquilo que ele faz. - Convença-se a si mesma – por muito que isso lhe custe e por muito imbecil que se ache, que as coisas que os outros lhe tem vindo a dizer são mal-entendidos ou até mesmo inveja da relação moderna e civilizada que tem conseguido manter com o seu ex-marido e pai do seu filho.
- Quando ele ao fim de uns anos arranjar a sua primeira namorada e deixar de lhe falar e lhe pedir para não ir lá a casa pense que é normal e que tem que ele tem que seguir a sua vida.
- Quando ele acabar com ela e estiver de rastos volte a ser a amiga, companheira e criada. Dê-lhe todo o seu tempo e energia pois afinal ele é o super pai do seu filho.
- Quando ele arranjar a segunda namorada e se mudar para casa dela e deixar de lhe falar e permiti que a rapariguita fale mal de si ao seu filho, pense, serena que isso é normal.
- Quando estiver com uma enorme dor no peito, uma tristeza singular e a desilusão chapadinha à sua frente, olhe para o lado e vai reparar que aos pés de uma cama está um pequeno rapazito a chorar, vestido de preto, despenteado a pedir-lhe ajuda…e ai sim! Dê-se por feliz! Acabou de adquirir um filho punk e deprimido que carrega no peito uma dor maior que a sua e impossível de superar a não ser pelo luto!

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